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A franquia da cervejaria artesanal Dogma irá introduzir em seu menu comidas elaboradas e desenvolvidas exclusivamente pela marca, além da possibilidade de realizar parcerias com food trucks (Foto: Victor Pontes/Divulgação)

 

Na última década, o número de cervejarias no Brasil praticamente quadruplicou. Em 2009, havia 255 indústrias ativas no país. Em julho deste ano, o Ministério da Agricultura registou a milésima cervejaria no país. Isso significa que, só em 2019, foram autorizadas 111 novas fábricas de cerveja em 150 dias (média de 22 por mês).

Bruno Moreno, Luciano Silva e Leonardo Satt são três amigos que fazem parte desta lista. Eles começaram no ramo cada um com a sua própria marca de cervejas e em 2015 fundaram juntos a Cervejaria Dogma, que possui hoje mais de 150 rótulos, que vão desde cervejas envelhecidas em barris de vinho a ingredientes como nibs de cacau, frutas (como manga, pêssego, tangerina, coco e morango), baunilha, café e especiarias.

Luciano Silva, Leonardo Satt e Bruno Moreno, sócios da cervejaria Dogma (Foto: Fernando Satt/Divulgação)

A receita de sucesso garantiu à marca o título de melhor cervejaria do país três anos (2015, 2017 e 2018) pelo portal Ratebeer, mundialmente conhecido como uma das principais plataformas sobre o assunto. Em 2017, abriram o próprio bar, em São Paulo, com um conceito de tasting room para os apreciadores mais exigentes de cervejas artesanais. O ponto faturou R$ 1 milhão no primeiro ano de funcionamento.

Agora, a Dogma decidiu transformar o negócio em franquia e espera abrir duas cervejarias nos próximos meses e fechar 2020 com outras seis lojas.

O investimento fixo, incluindo a taxa de franquia (R$ 40 mil), será de R$ 440 mil. O tasting room tem previsão de faturamento médio de R$ 120 mil ao mês, com lucratividade de 15%, conforme os empresários.

É um mercado bem movido pela novidade. A diversificação do público é uma possibilidade que o bar nos trouxe"

Bruno Moreno, sócio-fundador da Dogma

A franquia nasce para apresentar um estilo de beber despretensioso, sem muitas formalidades. As torneiras engatadas terão menu mutável, já que faz parte da essência da marca criar novas receitas a todo momento. Serão comercializadas em copos de 180 ml, 350 ml e 510 ml e os valores irão variar de acordo com o estilo do chope escolhido. A água mineral não terá custo.

A Dogma ousou trazendo o conceito de cerveja artesanal de qualidade em lata (Foto: Victor Pontes/Divulgação)

Um dos focos da franquia, que fez o sucesso da marca (além das cervejas), é o treinamento dos franquiados. Segundo Bruno Moreno, sócio responsável pela produção, educar o público em relação à cerveja artesanal é o diferencial. “Quando se tem uma equipe preparada, o entendimento do consumidor é maior. O que se espera é poder aumentar a base de clientes, explorar estilos, atender vários tipos de público”, destaca.

“É um mercado bem movido pela novidade. A diversificação do público é uma possibilidade que o bar nos trouxe. Quando abrimos, víamos sempre as mesmas pessoas. Hoje, eu entro no bar e não conheço mais ninguém. Não tem mais aquele público específico”, relata Moreno.

Um dos destaques da Dogma é a Rizoma, uma cerveja que quebrou paradigmas do mercado: vendida em lata (473 ml) que custa R$ 40. Segundo Bruno, a Dogma chega a usar quatro vezes mais lúpulo numa cerveja do que as convencionais. Para produzir 1.600 litros da cerveja artesanal da marca, usa-se, em geral, 40 kg de lúpulo (que custa entre R$ 290 a R$ 450 o kg).

Matéria-prima do campo

Bruno, que tem formação em Economia e Medicina, é o responsável pela maestria da produção. Na arte cervejeira, ele encontrou o talento para dosar lúpulo, cevada, água e outras matérias-primas. “Uma coisa interessante é que ela (a cerveja) é um produto da agricultura. Qualquer insumo que a gente usa vem de uma fazenda, cevada, lúpulo. Mais do que nunca, existe uma competição pelos melhores produtores”, destaca Moreno.

Com 12% de teor alcoólico, a Orfeu Negro é uma cerveja extremamente complexa, com notas de café, criada pela Dogma (Foto: Fernando Satt/Divulgação)

Sempre priorizando as matérias-primas produzidas no sistema orgânico de cultivo, a cervejaria Dogma tem parceria com fornecedores de todo o país. A parceria com o torrefadora de café Wolff traduz o zelo da marca por ingredientes de alta qualidade.

A Wolff fornece cafés especiais de pequenos e micro lotes, com pontuação acima de 85 pontos, para a Dogma produzir as cervejas como a IPA de café, por exemplo. O crescimento da demanda por cafés especiais para a produção de outros produtos, como a cerveja e o segmento de bebidas esportivas, tem aumentado a procura por pequenos produtores em todas as regiões do país.

De acordo com o coordenador comercial da Wolff Café, Roberto Polillo, o volume de compras de café este ano aumentou em torno de 28%. “Na safra de 2018, eram 27 produtores. Nesta de 2019, que começou em maior e vai até setembro, já temos mais de 30 produtores. Estamos conseguindo beneficiar mais pequenos agricultores de café especial com o aumento da demanda”, avalia.

arte_franquia_cervejaria_dogma (Arte: Felipe Yatabe/Ed. Globo)

 
Source: Rural

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