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(Foto: Niels Andreas/Ed. Globo)

 

 

No painel sobre o impacto das mudanças climáticas no agronegócio, do evento Novos Desafios da Safra, Patricia Madeira, diretora do Climatempo, explicou os principais riscos à agricultura provocado pelas transformações no clima. “Uma das características do aquecimento global é que os extremos são exacerbados”, disse. “O nordeste têm uma tendência à desertificação e o norte também pode ter um aumento de eventos extremos”, disse.

“Está sendo observado um aquecimento constante do planeta. Para manter o planeta em um ambiente saudável, o máximo que pode chegar é a 2 graus de aquecimento, o que é um desafio”, afirmou.

O cientista Eduardo Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lembrou durante exposição no painel que o ambiente científico vem observando há 30 anos o aquecimento global. “O ser humano está interferindo no clima. Em 2030, podemos chegar em um ponto de não inflexão se continuarmos emitindo gás carbônico na quantidade atual”, complementou. A agricultura pode ser diretamente afetada. “Os veranicos estão ficando bem mais intensos”, disse Assad. Um aspecto positivo é a produtividade agrícola no Brasil, considerada uma das melhores do mundo. Ele ressaltou que o Brasil tem 13 milhões de hectares de baixa emissão de carbono. “Temos uma agricultura sustentável”, afirmou.

Mesmo assim, há riscos. Assad destacou que o aumento rápido da temperatura mínima influencia principalmente o plantio de frutas. “As frutas temperadas, que precisam de horas de frio para germinar, não terão isso”, afirmou.

O desmatamento da Amazônia foi outro tema abordado. “Com a derrubada de árvores da Amazônia, as chuvas no centro e sudeste ficam ameaçadas”, explicou. O Cerrado, em que 10 metros cúbicos de água são evaporador por dia, de acordo com Assad, também é importante para formar nuvens que trazem irrigação para a agricultura. “Interferir nesses ecossistemas é muito prejudicial”, disse.

Ele também defendeu a implementação de planos de agricultura produtiva, sem agredir o meio ambiente. “Temos que discutir as soluções para o Brasil, e todas elas passam pela intensificação do aquecimento do planeta, o que estamos falando há anos”, afirmou.

Assad também disse que empresas como a Duratex e Suzano estão investindo em vários estudos sobre o aquecimento global. “As companhias já está se preparando”, disse. Em relação à biodiversidade das florestas brasileiras, ele lembrou que o Brasil tem um dos maiores bancos genéticos do mundo. “Vamos mostrar ao mundo do que somos capazes em ciência e tecnologia”, disse.

Madeira frisou alguns processos climáticos que já se tornaram realidade. Um deles é a desertificação do nordeste, que está em evolução. O aquecimento dos oceanos e o aumento das temperaturas é outra preocupação. “A temperatura aumentou muito este ano, inclusive no Brasil”, disse. “A agricultura é vulnerável ao aquecimento global, mas já existem soluções, que estão sendo discutidas”, lembrou Assad.
Source: Rural

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