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"Queremos trazer racionalidade", disse Ricardo Salles, sobre as discussões ambientais no Brasil (Foto: Roberto Galhardo)

 

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse, nesta terça-feira (20/08), que devastar a Amazônia não faz parte da agenda ambiental e que o governo tem plena ciência do quanto o Brasil é exemplo nessa área. Salles disse ainda que o país não se retirou do Acordo de Paris, mas que espera o envio dos recursos prometidos pelos países ricos aos países em desenvolvimento.

Ele participou da abertura da Fenasucro, feira do setor sucroenergético, em Sertãozinho (SP). Em discurso, lembrou que o Brasil tem 66% de sua vegetação nativa preservada e que o Código Florestal, cuja versão mais recente foi aprovada em 2012, é a legislação ambiental mais restritiva do mundo.

“Temos plena convicção da importância de nossa agenda ambiental porque somo ambientalmente um exemplo para o mundo e precisamos continuar a ser percebidos como tal tanto no mercado interno quanto no externo”, disse ele.

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O ministro afirmou que, na Amazônia, há uma população de cerca de 20 milhões de pessoas vive na região mais rica do Brasil em termos de recursos naturais, mas possuem os piores índices de desenvolvimento. E que é preciso haver o que chamou de “compromisso com a realidade” não apenas em relação a este bioma, como a todos os outros no país.

“Certamente não é devastar a Amazônia. Essa não é, ao contrário do que querem fazer crer alguns, a política do governo. Muito pelo contrário. Nossa proposta é trazer racionalidade”, disse o ministro.

Salles voltou a fazer críticas a organizações não-governamentais e ao que chamou de “pseudo acadêmicos” que, segundo ele, vivem às custas de dinheiro público e estrangeiro para criar barreiras ao desenvolvimento e ao agro. Ponderou, no entanto, que há boas ongs no país e que, do homem público, é exigido distinguir quem faz um bom e um mau trabalho.

O ministro disse ainda que os problemas ambientais no Brasil não estão no campo, mas nas cidades, e que existe “um sensacionalismo irresponsável” a respeito de questões ambientais no país, que não contribui para a defesa de questões importantes.

“São as cidades que despejam esgoto in natura nos rios, que vivem o caos do lixo, falta de coleta e tratamento adequado, problema que recai muito sobre os prefeitos, que têm uma enorme obrigação e pouco recurso para cuidar de uma questão tão importante”, disse Salles, ao discursar.

Acordo de Paris

Falando para representantes do setor sucroenergético, o ministro do Meio Ambiente citou o programa Renovabio como algo positivo em direção à sustentabilidade no setor. Ele defendeu a existência de mecanismos como os chamados Cbios, que atestam a eficiência ambiental da produção de biocombustíveis, e ferramentas como o pagamento por serviços ambientais e ecossistêmicos.

Ressaltando a permanência do Brasil no Acordo do Clima, firmado em Paris, do qual o governo ameaçou se retirar, Salles disse que ainda espera pelos recursos da ordem de US$ 100 bilhões prometidos aos países em desenvolvimento.

“Continuamos aguardando os US$ 100 bilhões anuais. Estamos aguardando o reconhecimento do grande trabalho feito pelo Brasil, em que pese problemas pontuais em vários lugares. Ninguém está dizendo que somos perfeitos e que não há o que tem que ser melhorado e aperfeiçoado sempre”, disse ele.

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Source: Rural

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