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Abics reúne seis empresas que, juntas, respondem por 99,5% da produção nacional (Foto: Abics)

 

A indústria brasileira de café solúvel pretende chegar a 2025 exportando o equivalente a 5,4 milhões de sacas do grão e gerar uma receita de US$ 1 bilhão. A meta foi apresentada pela Abics, entidade que reúne seis empresas, que, juntas, respondem por 99,5% da produção nacional. A Abics espera também ampliar o consumo interno para 1,5 milhão de sacas até daqui seis anos.

“O café solúvel sempre foi mais destinado à exportação. Mas com o Brasil sendo o segundo maior consumidor de café do mundo, por que ficar de fora?”, questionou Aguinaldo Lima, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

As metas fazem parte de um plano que a Abics vem executando desde 2016. Se atingidas, representarão uma expansão de 50% tanto no consumo doméstico quanto nas exportações em relação a 2015, ano de referência para a estratégia atual, quando houve uma demanda interna equivalente a um milhão de sacas e outros 3,6 milhões foram para o exterior.

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Para atingir o objetivo, a Associação está reforçando a promoção do produto nacional. Nesta segunda-feira (15/7), foi lançada, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma marca setorial, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

"Crie & Curta" ("Explore & Enjoy", na versão em inglês, para o mercado internacional), deve estampar embalagens, caixas com lotes embarcados para o exterior, além de aparecer nos canais digitais e redes sociais da Abics. A intenção é evidenciar características como a praticidade, a variedade de blends e a versatilidade de uso do solúvel. “O Brasil sempre foi líder de mercado. Mas nunca houve uma identidade institucional do setor”, pontuou Lima.

A campanha se baseia em uma visão otimista do mercado. Recentemente, três empresas anunciaram investimentos a serem feitos até 2022 que, somados, ficam próximos de R$ 1 bilhão. A Companhia Cacique e a Olam Coffee, com sede em Cingapura, planejam novas fábricas no Espírito Santo. A Iguaçu está ampliando a capacidade de sua planta no Paraná.

Na visão da Abics, há espaço para crescer no mercado interno. Dados indicam que o solúvel está em cerca de 30% dos lares no Brasil, enquanto, no torrado e moído, a presença chega a 94%. A entidade avalia que os dois são complementares. Tem que mostrar a variedade e tornar as informações mais simples para o consumidor.

“As pessoas não conhecem o que está no mercado. É preciso desmistificar as informações sobre o solúvel”, avaliou Eliana Relvas, consultora da entidade para o mercado interno.

Marca institucional da indústria de café solúvel do Brasil, lançada nesta segunda-feira (15/7). Para o mercado internacional, foi criada a versão Explore & Enjoy (Foto: Gad/Abics)

No mercado mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador. Mas, segundo a Abics, a distância para os principais concorrentes está menor. Na produção, é seguido por México, Coreia do Sul e Alemanha. E o Vietnã, sétimo do ranking, tem crescido rapidamente. Na exportação, logo atrás estão os alemães. Em seguida, aparecem Índia, Vietnã, Espanha, Holanda e Malásia.

Em 2018, o café solúvel brasileiro foi exportado para 110 países. Os embarques foram equivalentes a 3,72 milhões de sacas de 60 quilos, aumento de 6,97% em comparação com 2017. A receita cambial foi de US$ 599,8 milhões. Em 2019, a tendência de crescimento se mantém. De janeiro a junho, o volume embarcado foi de 1,861 milhão de sacas, 9,6% a mais que no primeiro semestre do ano passado.

Os principais destinos são Estados Unidos, Rússia, Indonésia, Japão e Argentina. Uma das apostas para a indústria brasileira ampliar mais a liderança global está no recém-fechado acordo Mercosul e União Europeia. Nas estimativas da Abics, com a queda gradual da tarifa cobrada pelo bloco, a Abics estima um aumento de 30% das vendas para lá em cinco anos.

“Vamos levar quatro anos para desgravar a tarifa de 9%. E, ainda assim, somos os maiores fornecedores. Imagine com tarifa zero o que faremos”, afirmou Aguinaldo Lima, diretor executivo da Associação.

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Source: Rural

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