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Inspirado no famoso rali Paris Dakar, o primeiro Torneio Internacional de Pesca Esportiva visa conectar os participantes com os moradores locais (Foto: Divulgação)

 

O Brasil recebe o 1º Torneio Internacional de Pesca Esportiva (GAWFR) entre os dias 20 e 27 de junho em Luiz Alves, distrito de São Miguel do Araguaia (GO). Inspirado no famoso rali Paris Dakar, a competição visa conectar os participantes com os moradores locais.

O torneio foi organizado por Keisuke Onoda e Chihiro Yamamoto, japoneses que moram no Brasil há mais de 20 anos. Para eles, essa é uma oportunidade de apresentar equipamentos modernos e técnicas sustentáveis que podem abrir portas para o comércio exterior e oportunidades maiores de turismo na região.

“Os equipamentos mais importantes e famosos são os japoneses, eu quis abrir esse mercado, fazer divulgação. Chineses, por exemplo, estão procurando oportunidade entre Brasil e China”, contou Yamamoto.

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O torneio traz 12 competidores de quatro países diferentes: Brasil, Japão, China e Argentina. Segundo Yamamoto, deixar de fora  países europeus e os Estados Unidos é estratégico: “A pesca esportiva está muito focada no que é feito nos Estados Unidos e na Europa. Com isso, o Brasil nunca é mostrado ao mundo, sendo que ele tem uma grande estrutura natural, a Amazônia. E ela já estar pronta. Queremos tirar a ideia de que só existem eles e, por isso, não foram chamados dessa vez”.

Para ele, o mundo da pesca esportiva se volta aos Estados Unidos. “Eles estão pescando peixes pequenos e se acham os reis da pesca, mas na América do Sul os países são da água. Queremos mostrar que o Brasil é o melhor país do mundo.”

Durante o campeonato, cada país convocado terá que enfrentar seis das maiores espécies de peixes de água doce do mundo: aruana, dourado, piraíba, pirarara, pirarucu e tucunaré. Foi por esse desafio que o Japão formou uma equipe com grandes nomes da pesca esportiva para representar o país: Takuma Hata, Toshinari Namki e Marucos.

O organizador Yamamoto acha de extrema importância a presença das celebridades da pesca esportiva no campeonato: “Para mostrar o Brasil, era preciso chamar famosos no mundo pesca. Eles têm muito seguidores, inclusive nos EUA e na Europa”.

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Para o competidor Thoshinari Namik, o torneio será um palco muito desafiador: “É a primeira vez que venho para a Amazônia, uma área de aventura e de uma beleza natural de classe mundial, que até então era inacessível para mim. Agora, terei a oportunidade de pescar várias espécies diferentes com isca artificial”, afirma o competidor, que está envolvido com torneios de pesca de achigã (black bass) há mais de trinta anos. Ele conta também que tem conversado com outros pescadores japoneses que já estiveram na Amazônia para obter mais informações, como que tipo de hastes e de carretéis são necessários e quais as espessuras das linhas.

Tecnologia

O Torneio de Pesca vai além do esporte. Um dos pontos principais para Chihiro Yamamoto é uso da internet para transmitir o evento: “Diferente de emissoras de televisão que filmam, voltam para suas cidades, editam e depois veiculam, a internet possibilita transmitir ao vivo o que está acontecendo”. A organização promoverá o projeto 100 Pequenos Jornalistas, que visa a inclusão digital de crianças e jovens do distrito de Luiz Alves.

Para isso, eles receberão smartphones da associação que promove o evento, a GAWFR, para filmar a competição e transmiti-la para o mundo inteiro. “Em tudo será usado tecnologia e internet. É ela quem manda nossas informações para todo o mundo”, disse Yamamoto.

O torneio é considerado o primeiro de pesca a usar isca artificial da Amazônia. Além disso visa estimular a prática da pesca consciente, o convívio com a natureza, a preservação ambiental da Amazônia e a reprodução e repovoamento das espécies nos rios, inibindo e restringindo a pesca predatória. Luciano Giraudo, competidor argentino, afirmou: “Adoro desafios, mas o principal motivador da minha participação nesta competição foi, justamente, a campanha de preservação da Amazônia, um ecossistema que devemos cuidar para que as gerações futuras possam desfrutar de sua diversidade”.

Mulheres na pesca

Há mais um espaço social importante na competição: a inclusão de mulheres no torneio. Tido como um esporte majoritariamente masculino, ambos os sexos podem participar da pesca esportiva. É o caso da famosa pescadora japonesa Marucos, um dos nomes mais esperados. Ela explicou a importância de sua participação.

“Eu quero ser uma pescadora mestre por isso senti que o Torneio Internacional de Pesca Esportiva é uma grande oportunidade. Faz dois anos que estou na pesca, por isso obter um ótimo resultado neste torneio vai incentivar outros pescadores e amantes da pescaria a sonhar, dando a esperança de que também podem competir e alcançar bons resultados”.

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Source: Rural

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