Skip to main content

Evento em Campinas reuniu lideranças do agronegócio brasileiro. (Foto: Divulgação/Syngenta)

 

Com uma população de mais de um bilhão de pessoas e menos de 10% de terra agricultável em seu território, a China tem uma preocupação constante com segurança alimentar. E, com todo o potencial de aumentar ainda mais sua produção agropecuária, o Brasil pode ser um fornecedor cada vez mais importante e de longo prazo. É a avaliação de executivos de grandes empresas do setor.

“A China está procurando parceiros sólidos porque a segurança alimentar é muito importante para eles”, disse, nesta terça-feira (11/6), o CEO Global da Syngenta, Erik Frywald, durante painel de debates no evento One Agro, promovido pela empresa a qual preside.

A própria compra da Syngenta pela chinesa ChemChina é um sinal dessa busca por meios de suprir a demanda, diz Fyrwald. Para ele, o negócio, concluído em 2017 por US$ 43 bilhões, visa assegurar que agricultores em escala global possam ter acesso à tecnologia para a produção de alimentos para todo o mundo, incluindo os próprios chineses.

“No que diz respeito ao Brasil, esta é a melhor oportunidade dentro do segmento de agricultura”, disse o CEO da Syngenta, reforçando a posição do mercado brasileiro como prioritário nos investimentos da companhia.

CEO da Continental Grain Company, Paul Fribourg, ressaltou que a China tem falta de água, de terra para plantio e depende de alimentos importados. Com a economia crescendo, mesmo em um ritmo menor que em anos anteriores, e uma classe média em expansão, a demanda por importados tende a ser cada vez maior. Situação agravada pela epidemia de peste suína africana no país.

De acordo com Fribourg, estimativas conservadoras apontam que a doença deve causar a morte de pelo menos 25% do plantel suíno chinês. O impacto no quadro de oferta e demanda local deve durar anos, oportunidade única para o Brasil. Para ele, o agro brasileiro é mais eficiente do que em outros países e o local mais lógico para criar relacionamentos duradouros. “A China vai ser obrigada a importar mais comida”, disse.

CEO e presidente do Conselho de Administração da BRF, Pedro Parente destacou a complementaridade entre as economias da China e do Brasil. Para o lado brasileiro aproveitar as oportunidades que mercado chinês oferece, é preciso investimento e regras claras, que estimulem a produção, deixando de lado o que chamou de dogmas e preconceitos.

“Temos que aproveitar todas as oportunidades para criar uma relação de longo prazo e valorizar o que temos de melhor: a condição de suprir o mundo com alimento”, afirmou. “Infelizmente, escutamos posições dogmáticas e que não têm que prevalecer, principalmente quando não estamos no meio da confusão geopolítica que afeta Estados Unidos e China”, acrescentou.

Curte o conteúdo de Globo Rural? Agora você pode ler o conteúdo das edições e matérias exclusivas no Globo Mais, o app com conteúdo para todos os momentos do seu dia. Baixe agora!
Source: Rural

Leave a Reply