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O CEO glogal da Syngenta, Erik Fyrwald, durante evendo da empresa em Campinas (SP) (Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

 

Mercado responsável por 20% das vendas anuais da Syngenta, o Brasil é prioridade e continuará a receber investimentos da empresa. Foi o que afirmou nesta segunda-feira (10/6) o CEO Global da empresa, Erik Fyrwald, durante o evento One Agro, promovido pela multinacional em Campinas (SP). No ano passado, a companhia totalizou US$ 14 bilhões em vendas no mundo.

“Vocês aqui representam 20% dos nosso negócios e esperamos continuar aumentando esse porcentual. É um mercado importante e vamos continuar investindo”, disse, em sua apresentação no evento.

Em conversa com jornalistas, Fyrwald, reafirmou seu otimismo em relação ao mercado brasileiro, apesar das incertezas no campo político e econômico. Ele destacou a importância do suporte que o governo brasileiro dá para o setor mesmo levando em conta as dificuldades de se viabilizar o Plano Safra para o próximo ciclo agrícola (2019/2020).

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Na visão do CEO global da Syngenta, o Brasil reúne todas as condições para aumentar sua presença global na agricultura. Tem alta produtividade e qualidade na sua produção, além de estar aumentando sua importância em matéria de sustentabilidade ambiental. Desta forma, continuará a ser foco de investimentos por parte da empresa.

“No Brasil, estamos bem com a nossa capacidade, competitividade e relação com o agricultor. O fundamental é que a agricultura no Brasil é produtiva e competitiva. O câmbio parece razoável, o preço do milho subiu e a soja está relativamente estável. Esperamos uma agricultura bem sucedida”, disse ele.

Do volume global de vendas da Syngenta, quase 10% são revertidos para pesquisa e desenvolvimento, um montante que totalizou US$ 1,3 bilhão em 2018. No ano passado, a empresa fez também duas aquisições significativas: a da startup Strider, de agricultura digital, e a da Nidera Sementes, a maior operação feita pela companhia em nível global.

Moléculas em dobro

Executivo da divisão de proteção de cultivos da empresa, Jon Parr acredita que não apenas a necessidade, mas a busca por inovação na agricultura em nível global, estão concentradas, basicamente, em duas regiões: a América do Norte e a América do Sul. Particularmente nas duas maiores economias agrícolas do continente americano, os Estados Unidos e o Brasil.

Segundo o executivo, de 60% a 70% do que está sendo pesquisado atualmente pela empresa têm alguma aplicação na agricultura brasileira. “O agricultor precisa de inovação. Estamos muito animados com as novidades que estão vindo, com nosso pipeline de herbicidas fungicidas e inseticidas”, disse.

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Parr explicou que a Syngenta tem a meta de dobrar sua taxa de inovação em produtos químicos ao menos nos próximos dez anos. A intenção da companhia é desenvolver por ano, duas vezes mais moléculas do que o que vinha sendo feito em períodos anteriores.

“Isso combinado com novas tecnologias de melhoramento genético, edição genômica. O que vemos é um sistema. E precisamos ter os agricultores trabalhando conosco para combinar a tecnologia, para preservar a vida da tecnologia”, explicou.

Na visão da empresa, produtos biológicos para controle de pragas e doenças na agricultura devem ganhar espaço. Mas a base da proteção dos cultivos ainda será o controle químico, que tende a aumentar sua eficiência. Segundo Erik Fyrwald, nos últimos 50 anos a evolução da tecnologia em herbicidas, fungicidas e inseticidas permitiu reduzir em 95% as doses aplicadas no campo.

“Não vemos substituição dos químicos sintéticos. Os biocontroles são complementares”, disse o CEO da Syngenta.

Mudanças climáticas

Lembrando das recentes inundações que atingiram lavouras nos Estados Unidos e provocaram atraso no plantio, Fyrwald alertou que as mudanças climáticas estão afetando a agricultura e tendem a continuar acontecendo. Portanto, é preciso que o setor agropecuário busque a sustentabilidade ambiental e desenvolva meios de ser remunerado também pela preservação.

“Pensando no futuro, precisamos ver não só como aumentar o valor e produtividade, mas como criar valor através da sustentabilidade. Os orgânicos não são a solução para a agricultura, mas algumas de suas práticas são boas. Existem algumas ideias que podem ser utilizadas para melhorar a tecnologia que nós temos”, afirmou.

Erik Fyrwald reconheceu que, até um tempo atrás, as empresas do agronegócio queriam distância de organizações não governamentais e entidades representativas do terceiro setor. Citou uma parceria da própria empresa com a The Nature Conservancy para defender o trabalho conjunto.

Para ele, as ONG’s pode ajudar o agronegócio a não ser visto mais como um problema, mas como parte da solução para a questão ambiental. “Em vez de ficar brigando com as ONG’s, que elas passem a nos apoiar. Juntos, podemos fazer com que o público nos veja como parte da solução. Não queremos que o público nos ataque como se fôssemos parte do problema”, afirmou.

O executivo defendeu ainda que o ambiente regulatório dos países em relação à agricultura seja baseado em ciência. Criticou, por exemplo, a Europa, onde o debate sobre a tecnologia está politizado, na visão dele. De outro lado, destacou o papel de países que, na visão dele, valorizam a tecnologia, como Brasil, Argentina e Estados Unidos, para garantir a base científica das normas.

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Source: Rural

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