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Do lado da demanda, Arlan Suderman acredita em um menor consumo para ração e etanol, "presumindo que preços mais altos racionarão a demanda" (Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo)

 

O economista-chefe de commodities da INTL FCStone, Arlan Suderman, indicou em webminário transmitido nesta sexta-feira pela consultoria que os preços do milho tendem a ser mais sustentados pelos problemas de plantio nos Estados Unidos do que os da soja. O economista contou ter estimado a área plantada de milho em 87,8 milhões de acres (35,5 milhões de hectares).

"O número do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 29 de junho provavelmente será maior porque eles estão atualmente entrevistando produtores sobre sua área pretendida, e produtores ainda pretendem plantar agora", disse, se referindo ao relatório de área plantada que o USDA divulgará no fim do mês. "Não saberemos a área real até daqui a três a quatro meses, talvez mais."

A previsão mais recente do USDA é de 92,8 milhões de acres (37,6 milhões de hectares). Suderman prevê produtividade de 169 bushels por acre (10,61 toneladas por hectare), abaixo do número atualmente previsto pelo USDA, de 176 bushels por acre (11,05 toneladas por hectare), com base em linha de tendência. Com isso, ele projeta uma safra de 13,606 bilhões de bushels (345,59 milhões de toneladas).

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Do lado da demanda, o economista acredita em um menor consumo para ração e etanol, "presumindo que preços mais altos racionarão a demanda". Suderman projetou estoques finais de 1,554 bilhão de bushels (39,47 milhões de toneladas), e uma relação estoque/uso de 10,7%. "Com base no histórico, isso sugere um preço médio de safra de US$ 4,45/bushel."

A FCStone calculou ainda cenários alternativos. Em um cenário altista para preço, a área poderia cair a 82,8 milhões de acres (33,5 milhões de hectares), e, no cenário baixista, chegar a 90,8 milhões de acres (36,8 milhões de hectares).

Na soja, os estoques amplos ainda limitam valorizações das cotações. "A minha previsão de exportação é 480 milhões de bushels (13,06 milhões de toneladas) menor do que o USDA, em 1,470 bilhão de bushels (40,01 milhões de toneladas)", disse Suderman, citando "a boa produção da América do Sul e destruição da demanda verificada na China por causa da peste suína africana".

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Ele projeta área plantada de 84,6 milhões de acres (34,2 milhões de hectares) de soja, a mesma atualmente projetada pelo USDA. No cenário altista para preço, poderiam ser plantados 78,6 milhões de acres (31,8 milhões de hectares), enquanto no baixista, a área poderia chegar a 85,1 milhões de acres (34,4 milhões de hectares). "Com todos esses cenários, podemos ver a área de soja aumentar, com ganho dos acres de milho", ponderou.

Suderman ressaltou, entretanto, que todos os cenários, inclusive o base, "têm grandes estoques de soja". No cenário alternativo mais altista para as cotações, com queda de 8 milhões de acres (3,2 milhões de hectares) na área e 10% no rendimento, o ano comercial ainda terminaria com 815 milhões de bushels (22,18 milhões de toneladas) nos armazéns, e uma relação estoques/uso de 21,9%. "Não vejo um cenário altista para a soja.

Os preços da soja devem seguir o milho. Se o milho subir, a soja pode acompanhar, mas em porcentual menor", disse. "Se os preços do milho caírem, os preços da soja devem recuar a um ritmo mais acelerado."

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Source: Rural

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