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Mariara na lida com o rebanho de gado. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

 

Muitas vezes, ela sai de casa às 5 da manhã. Com chuva ou não, percorre 30 quilômetros até uma das fazendas de pecuária de corte da família na zona rural de São José dos Campos, cidade industrializada do Vale do Paraíba, interior paulista.

“Lá chegando vou conferir o estoque de gado, ou seja, ver se não está faltando animais. Depois, verificar o manejo, confirmar a vacinação e outros afazeres. Somente às 14 horas ou 15 horas, retorno para casa. E não é para descansar, não. Ligo o computador e finalizado o balanço diário.”

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O relato é de Mariara Freitas, uma bela jovem de 27 anos, altura de 1,81 metro e muito amor pela profissão de fazendeira. Mariara é o retrato fiel do crescimento da participação das mulheres nas fazendas e, em sua maioria, ocupando funções de liderança e de muita responsabilidade. Caso da menina de São José dos Campos.

Um estudo recente da Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMR), sediada em São Paulo, surpreendeu ao constatar que, em 2013, as mulheres ocupavam postos de comando em apenas 10% das propriedades rurais do país. Em 2017, esse número saltou para 31%. E a ABMR acredita que a presença feminina foi aumentando e é ainda maior hoje.

Registro da modelo em ação nas passarelas. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Mesmo declarando-se totalmente dedicada às atividades da pecuária e da equinocultura, Mariara, nascida em Lorena, também no Vale do Paraíba, é uma modelo conhecida e requisitada para comerciais. “Trabalho desde os 10 anos como modelo. Apesar de já ter atuado em São Paulo como modelo e feito comerciais de veiculação nacional recentemente, a carreira de modelo segue aqui na região do Vale do Paraíba. As próprias modelos que trabalham comigo já se acostumaram, pois até na agência de vez em quando apareço de botas e roupas de lida”, ela diz.

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Mariara é bisneta, neta e filha de pecuarista. Traz no sangue a paixão pelo campo. Tem muita história. “Em 2014, meu avô se machucou e fui ajudá-lo na fazenda em Lorena. Fiquei lá junto dele. Meu avô tira leite e eu o ajudava na rotina. Além disso, na fazenda funciona também uma pensão para cavalos”, observa Mariara.

“Decidi aprender mais sobre a equinocultura e me mudei para Sorocaba (SP). Fui cursar Gestão em Equinocultura na Universidade do Cavalo.” O amor pelos cavalos levou Mariara ao Rio de Janeiro. “Fui voluntária de hipismo nos Jogos Olimpicos”, afirma.

mariara-modelo-veterinaria-mulher-do-agro-cavalo-cavalgada-pecuaria (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Ela lembra ainda que o seu pai sempre ajudou o avô com a pecuária leiteira. “Em 1999, meu pai deu início à produção própria de leite e, em 2014, ele aderiu à pecuária de corte.”
Desde então, Mariara não parou mais. Ao contrário, redobrou sua carga de trabalho. Hoje, ela cuida das fazendas do pai e dá assistência em outras propriedades de São José dos Campos. “Organizo vacinações, o calendário sanitário, faço controle de estoque e etc.”

Inquieta e preocupada em atualizar-se com as tecnologias que desembarcam aceleradamente e em grande volume nas fazendas, Mariara não se descuida dos estudos. Hoje, a jovem cursa pós-graduação na Esalq/USP de Piracicaba. O tema: Produção de Ruminantes e Manejo de Pastagem. Sim, Mariara é bastante esforçada. “Amo a pecuária”, enfatiza.

Mariara em procedimento de inseminação artifcial (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Querem mais: Mariara fez vários cursos de veterinária, de sanidade, de manejo, de inseminação artificial e etc.Um de seus orgulhos é ter frequentado um curso de bem estar animal regido pela cartilha do papa do assunto, meu amigo professor Mateus Paranhos. “Assisti ainda palestra com o mestre.”

E a profissão de modelo?  Mariara conta que os palcos e as fotos publicitárias continuam presentes e ativos em sua agenda profissional. “Sigo firme na carreira de modelo. Avalio os cachês, no entanto, de acordo com a arroba do boi gordo”, afirma ela. Se a cotação da arroba estiver remunerando bem a atividade pecuária, Mariara opta por permanecer na fazenda.

Cuidados no campo

Aqui, a modelo e fazendeira Mariara Freitas releva os cuidados para manter a beleza da pele e do cabelo.  “Por trabalhar com a imagem, tenho que me policiar muito quanto aos cuidados no campo. Minha pele já apresenta alguns sinais de anos trabalhando debaixo de sol e cicatrizes de acne que trato até hoje. Desde o ano passado passei a me cuidar mais na parte estética, realizando sessões de laser de CO2 com um cirurgião plástico e luz pulsada com uma dermatologista, com a qual faço acompanhamento mensal.”

mariara-modelo-veterinaria-mulher-do-agro-cavalo-cavalgada-pecuaria (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Claro que colocando as sessões nos intervalos de manejo para não me expor de forma alguma ao sol. Na parte dos cabelos, realizo tratamentos em casa seguindo um cronograma capilar que minha tricologista fez para mim.

O uso de protetor solar com fator no mínimo 50fps para mim é indispensável por recomendação médica, mas o maior problema é que, quando estamos na lida, é muito difícil lembrarmos de retocar, ou então estamos tão sujas ou suadas que complica. Para não ficar sem, nessas horas lanço mão dos protetores em spray. Como uso ácido no rosto, o cuidado deve ser redobrado. Então sempre três dias antes do manejo eu suspendo o uso e, além do protetor, conto com chapéu para proteção extra. Para os cabelos, recentemente, também passei a utilizar protetor solar específico.

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Como faço serviços pesados e trabalho com produtos que judiam um pouco da pele, as mãos e unhas também pedem uma atenção. Todos os dias após o banho uso hidratantes específicos para cada região, inclusive cera para as cutículas – que sempre evito tirar pois lidamos com muita sujeira. Além desses cuidados, para mim é essencial a preocupação   em tomar muitae água. Isso me ajuda muito na resposta dos produtos e na melhora da hidratação da pele e cabelos por si só.”

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Source: Rural

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