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A Tereos entrou no mercado de amido no Brasil entre 2010 e 2011, quando foi adquirida a fábrica de Palmital. (Foto: Thinkstock)

 

A Tereos está reforçando seus investimentos na divisão de amidos e adoçantes, sediada em Palmital, no interior paulista. A unidade industrial no município está passando por modificação de instalações e ampliação da capacidade produtiva, para diversificar mais o catálogo de produtos e aumentar a presença de mercado.

“Nossa estratégia está baseada em diversificação de mercados, clientes e produtos. Estamos investindo bastante nisso e vamos continuar neste ano”, afirma o presidente da Tereos Amidos e Adoçantes do Brasil, Kwami Samora Alfama Corrêa. O ano fiscal da subsidiária segue o calendário da cana-de-açúcar, negócio principal da Tereos: de 1º de abril de um ano a 31 de março do ano seguinte.

A Tereos entrou no mercado de amido no Brasil entre 2010 e 2011, quando foi adquirida a fábrica de Palmital, até então, concentrada em mandioca, em 2014, foi construída uma processadora de milho. A capacidade atual é de cerca de 100 mil toneladas da raiz – plantada em 5 mil hectares na região – e 150 mil a 180 mil do cereal, originado de vários locais de produção.

Manter as estruturas juntas na planta baseou-se na ideia de que há complementaridade em alguns usos dos dois tipos de amido. Na visão da empresa, o investimento em processamento de milho, mais recente, ainda está em fase de maturação. Na parte da mandioca, mesmo sem revelar números, a avaliação é de que a rentabilidade do negócio está próxima do esperado.

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No atual ciclo de investimentos, uma das principais apostas está no segmento de alimentação animal. Foi construída no complexo de Palmital uma unidade para produzir uma dieta à base de amido das duas matéria-primas, já testada em campo, em um rebanho de cerca de cem cabeças de gado, no interior paulista.

A Tereos explica que o produto, chamado de Tapigold, é uma mistura pronta, voltada, principalmente, para pequenos produtores, que, segundo a empresa, muitas vezes, têm dificuldades de adquirir os ingredientes de forma separada. A processadora deve iniciar a produção até o dia 15 de maio.

“Dará mais competitividade ao amido. Quando você tem mais produtos, diminui o custo de produção”, explica o diretor da Região Brasil da Tereos, Jacyr Costa Filho.

Com uma estrutura própria, a ração reforça a iniciativa de ter um catálogo mais diversificado. A estratégia inclui ainda adaptações nas fábricas de amido de milho e de mandioca. Antes voltadas para segmentos industriais, como papel, estão sendo cada vez mais direcionadas para o setor alimentício.

Kwami Corrêa explica que, na indústria de alimentos, os protocolos de segurança e as certificações são mais exigentes. Assim, quem consegue atender o setor atende também o industrial, mas o contrário, nem sempre acontece. Daí a necessidade das adaptações para ampliar o atendimento, tanto com o chamado amido nativo quanto com o modificado, direcionado a uma finalidade específica.

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“O amido modificado tem uma gama gigantesca. De um tipo, pode ter 10 a 15 variações diferentes. Para iogurte é um, maionese é outro, casquinha de sorvete é outro. Às vezes, é uma modificação sutil, mas importante para atender o cliente”, explica o presidente da Tereos Amidos e Adoçantes do Brasil.

A empresa está iniciando ainda a importação de derivados de trigo produzidos na Europa. Com a proteína, já está sendo atendida a demanda no Brasil e outros países da América Latina por um distribuidor, mas a intenção é comercializar diretamente. Está nos planos também vender o amido de trigo.

Para promover esses produtos, a companhia está integrando as equipes comerciais das divisões de amido e adoçantes e de açúcar e etanol, semelhante ao feito na Europa. Os executivos explicam que há clientes que demandam produtos das duas áreas. A ideia é preparar representantes para oferecer todo o portfólio da empresa.

Jacyr Costa Filho justifica a decisão de investimentos na divisão de amido em uma visão otimista do mercado. Mesmo ponderando que seu otimismo é moderado. O diretor da Região Brasil da Tereos explica que o setor é bastante correlacionado ao aumento do poder aquisitivo da população.

“Tivemos um grande boom de crescimento quando houve o crescimento da classe média. Há um consumo maior de produtos em que há aplicação de amido. Acreditamos que o Brasil pode entrar em uma era de crescimento importante. Isso deve refletir em crescimento do mercado de amido”, diz ele.

*O repórter viajou a convite da Tereos

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Source: Rural

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