Skip to main content

Planejamento via drone gera imagens de alta qualidade com baixo custo e em menor tempo. (Foto: ICV)

 

A eficácia no uso de drones para monitoramento e planejamento produtivo em propriedades rurais foi o foco de uma pesquisa realizada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) no município de Nova Monte Verde, interior de Mato Grosso. Os resultados, apresentados neste mês durante o XIX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, em Santos, apontaram para a vantagem em usar esse tipo de equipamento pelo baixo custo estimado, menor tempo de execução dos trabalhos, além da garantia de um nível de detalhamento impossível de ser obtido com imagens de satélite.

O estudo é parte do projeto Redes Socioprodutivas, financiado pelo Fundo Amazônia, que atua diretamente com cooperativas e associações de agricultores familiares de seis municípios das regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso. Ao todo, mais de 600 famílias recebem técnicos do ICV em projetos que visam fortalecer práticas produtivas de manutenção da floresta em pé e que gerem mais atratividade econômica e social para esses agricultores. As cadeias produtivas contempladas são castanha, babaçu, hortifrutigranjeiros, leite, cacau e café.

No caso específico da propriedade em Nova Monte Verde, o drone foi utilizado para adotar o sistema de pastejo rotacionado e, assim, propiciar a produção intensiva do leite. Foram delimitados 0,7 hectares para receber as ações de restauro e dimensionar o tamanho e formato de 13 piquetes para serem introduzidos no imóvel rural objeto de estudo.

+ Brasil e Argentina discutirão agenda comum para agricultura familiar
+ Basf planeja aumentar investimentos em startups do agro neste ano

Segundo o coordenador do Núcleo de Geotecnologias do ICV, Vinicius Silgueiro, o uso do drone foi eficaz porque, com custo baixo, gerou imagens de alto nível de detalhamento que possibilitaram dimensionar o tamanho, formato e quantidade de piquetes. Após a delimitação, a área é submetida à níveis alternados de pastejo e descanso, melhorando a qualidade do pasto, otimizando seu tamanho e dando ao produtor a oportunidade de produzir mais.

Entre 2011 e 2013, o Instituto realizou outro projeto, o Cotriguaçu Sempre Verde, na cidade de Cotriguaçu (MT), onde ficou demonstrado que a adoção de boas práticas agropecuárias (BPA), como o sistema de pastejo rotacionado, trazem benefícios para o crescimento da pastagem e o peso dos animais, além da melhora na qualidade e redução da compactação do solo. O grande desafio das BPA é a ampliação da escala, ou seja, fazer com que o conhecimento técnico atinja outros produtores para aumentar a eficiência das pastagens, evitando o desmatamento.

Esse trabalho, conforme explica Silgueiro, poderia ser feito por monitoramento via satélite, porém os resultados seriam menos eficazes no que diz respeito à resolução das imagens, pois são espaciais e não tão detalhadas.

Para o coordenador, o projeto é importante porque lança um olhar integrado para capacidade regenerativa e produtiva de cada propriedade rural. “Valorizar a cadeia produtiva dessa região, conhecida como Território Portal da Amazônia, é manter a floresta em pé com a garantia de aproveitamento das áreas que já foram abertas”, explica.

O projeto Redes Socioprodutivas foi iniciado em janeiro de 2018 e deve ser concluído até 2020. Participam agricultores dos municípios de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Cotriguaçu e Colniza. As atividades são executadas em duas frentes: uma voltada para a produção extrativista, com o babaçu e a castanha-do-Brasil, e outra voltada à produção agropecuária, com hortifrutigranjeiros, cacau, café e leite.

Curte o conteúdo da Globo Rural? Ele também está no Globo Mais. Nesse aplicativo você tem acesso a um conteúdo exclusivo e às edições das melhores publicações do Brasil. Cadastre-se agora e experimente 30 dias grátis.
Source: Rural

Leave a Reply