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Em seu último dia, público visita feira Agrishow 2019 em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A maior feira de agronegócio do Brasil. (Foto: Joel Silva/Ed.Globo )

 

A Agrishow de 2019 encerrou a 20ª edição da Rodada Internacional com R$ 32,9 milhões em negócios entre valores efetivos e expectativas de fechamento para, pelo menos, os próximos 12 meses. O valor é 60% em relação ao realizado na feira do ano passado, de acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que promove os encontros entre expositores e compradores estrangeiros em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A Iniciativa integra o programa Brazil Machinery Solutions (BMS), que visa promover a exportação de produtos da indústria brasileira. Na feira deste ano, o International Bureau, espaço montado para receber os clientes estrangeiros e promover os encontros com os empresários brasileiros, reuniu ao mesmo 15 importadores da Argentina, Austrália, Chile, Colômbia, Etiópia, México, Nigéria e Peru. Durante três dias, eles conversaram com representantes de 52 empresas de diversos segmentos do agronegócios.

"Esta edição mostrou que a indústria brasileira está cada vez mais buscando oportunidades no mercado internacional de forma consolidada", avalia Patrícia Gomes, diretora executiva de mercado externo da Associação Brasileira da Indústria e Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Rodada Internacional de Negocios Agrishow (Foto: Raphael Salomão/Ed.Globo )

 

O trabalho para chegar a esses compradores começa meses antes da feira. A Abimaq sonda as empresas interessadas sobre quais seriam os mercados com os quais querem negociar. Essas empresas se cadastram para o BMS que, além de promover os encontros na Agrishow, organiza iniciativas como capacitação para exportação e missões empresariais.

Identificados os mercados de interesse, a organização da rodada de negócios conta com o auxílio do chamado "matchmaker". É um profissional que tem a responsabilidade de encontrar os principais compradores em cada um desses países. A própria Abimaq faz uma seleção desses potenciais importadores a viabiliza sua vinda à feira.

“A cada ano, buscamos trazer compradores que atinjam o maior número de empresas e produtos. A maior parte vem da América Latina, mas a cada ano tentamos trazer mercados diferentes. A Austrália é a primeira vez que participa. Estávamos tentando trazer há algum tempo”, diz Patrícia Gomes.

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Um dos participantes da rodada, Carlos Gebauer Flitz é executivo da Ferosor, uma empresa vinculada a uma holding do Chile e que atua em diversos segmentos da agropecuária do país. Ele conta que veio à Agrishow representando a companhia no segmento de peças de reposição para máquinas agrícolas. Ele explica que há equipamentos brasileiros de diversas marcas sendo operadas no agronegócio chileno.

"Para mim é interessante chegar direto no fabricante porque hoje em dia precisamos ser cada vez mais competitivos. Os intermediários encarecem a cadeia de valor", diz ele. A edição deste ano foi a primeira Agrishow do empresário chileno, que se disse surpreso. Imaginava uma feira grande, mas não tanto. Mesmo não conseguindo ver tudo, afirma que conseguiu identificar outras possibilidades de negócios e que, em uma próxima oportunidade, cogitaria vir a Ribeirão Preto com outros colegas de empresa.

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"A extensão da feira me pede que, para uma próxima vez, venha um encarregado de cada área, que possa apresentar mais do que uma ideia, uma foto ou um catálogo. Trazer mais especialistas que possam dar mais profundidade a cada tema", diz ele.

"A rodada é um evento consolidado. Isso mostra que tem dado resultados", diz Patrícia Gomes, da Abimaq. Ela acrescenta que o leste europeu é outra região que a Abimaq vê potencial de negócios para empresas brasileiras.

Delegações estrangeiras

Na rodada de negócios e fora dela, a presença de delegações estrangeiras na Agrishow não é incomum. Representante do Ministério da Agricultura de Gana, Sagra Bambangi chefiou uma delegação com representantes do setor público e privado do país para conhecer as novas tecnologias oferecidas pelas empresas brasileiras para a agricultura e avaliar a possibilidade de importação de equipamentos.

Rodada Internacional de Negocios Agrishow (Foto: Raphael Salomão/Ed.Globo )

 

Em entrevista à Globo Rural, no estande de uma fabricante de máquinas, Bambangi explica que Gana tem uma agricultura diversificada. Bastante conhecido como um dos maiores produtores mundiais de cacau, o país também tem uma produção agrícola bastante diversificada, voltada para exportação e o mercado interno: grãos, frutas e hortaliças, mandioca, além de criação de gado e pequenos ruminantes.

"A agricultura de Gana vai além do cacau. Estamos tentando elevar a nossa produção de soja porque não temos o grão suficiente e precisamos para produzir a ração animal. Há programas do governo para apoiar a produtividade da agricultura em milho, soja, sorgo", conta Bambangi.

O representante do governo explica que Gana importa maquinário agrícola do Brasil pelo menos desde 2016. O país participa do Programa Mais Alimentos Internacional. Os negócios são feitos na forma de tranches. Em cada um, é fechada a venda de produtos de diversas marcas. Gana, afirma Bambangi, avalia a possibilidade de um terceiro tranche.

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"Há a expectativa de negócios. Observamos, especificamente, empresas que fabricam máquinas de processamento de ração e isso nos deixou interessados, pois queremos apoiar a avicultura e criadores de pequenos ruminantes", diz ele.

Diretor comercial da Kuhn do Brasil, Robson Zofoli conta que a empresa de máquina e implementos agrícolas já participou de exportações para Gana: pulverizadores e plantadeiras. Ele ressalta que há sinergia na agricultura praticada pelos dois países e destaca que a tecnologia brasileira para o desenvolvimento da atividade em clima tropical se adequa ao ambiente e à realidade a África.

Depois de receber a delegação de Gana no estande, Zofoli diz que a expectativa é positiva para um novo negócio com o país africano. Do Brasil, a empresa exporta para regiões como a África, América Latina e Leste Europeu. "Temos tecnologia e produtos adequados para esses mercados. O mercado africano tem bom potencial", explica.

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Source: Rural

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