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Felipe Smith, diretor executivo da empresa, e Joaquim Neto, diretor de produto da área de seguro rural (Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

 

A seguradora Tokio Marine anunciou, nesta quinta-feira (28/2), uma ampliação da cobertura de seguro rural no Brasil. Além de soja e milho, que vinham sendo operados há pelo menos dois anos, a multinacional de origem japonesa vem atuando desde o último dia 11 de fevereiro em mais de 70 culturas, incluindo grãos de inverno, algodão, café, cana-de-açúcar, frutas e hortaliças.

A expectativa da empresa é aumentar em 150% a captação de prêmios, passando de R$ 8 milhões no ano passado (participação de 0,4% no segmento) para R$ 20 milhões neste ano. Se atingida a meta, a empresa passaria a ter participação de 1% no mercado nacional de seguro rural.

“Ainda é modesto quando se olha o mercado potencial, mas estamos falando de 150% de crescimento. O mais importante não é 2019 e sim o que a gente espera para frente. Há espaço para crescimento em todas as regiões do Brasil”, disse o diretor executivo da empresa, Felipe Smith, em apresentação para jornalistas, em São Paulo (SP).

A empresa oferece apólices de seguro rural em três modalidades. A primeira é de custeio, com a cobertura relacionada ao custo de produção; a segunda é baseada na estimativa de produtividade da lavouras. Nessas duas, a colheita da safra serve como base para verificação dos prejuízos e cálculo da indenização. A terceira é a de riscos climáticos, em que a avaliação dos prejuízos não depende da colheita.

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O diretor de produto da área de seguro rural da empresa, Joaquim Neto, explicou que a contratação pode ser feita segundo um critério de talhamento. Desta forma, produtores sujeitos a diferentes tipos de risco em uma mesma propriedade podem segmentar a cobertura por talhão dentro de sua área.

Outra característica é considerar o nível de tecnificação como critério de risco e nível de cobertura. O produtor informa, por exemplo, o tipo de insumo e de maquinário utilizado ou o sistema de produção (se é irrigado ou não, por exemplo). Havendo alguma ocorrência, as informações declaradas pelo cliente serão checadas na avaliação do sinistro e definição da indenização.

“A tecnificação nos possibilita assumir mais risco e aumenta a capacidade de indenização do cliente. Mas as informações são declaratórias e devem ser comprovadas no momento do sinistro. Se ele disser que usou um tipo de fertilizante e não fez isso, não caberá indenização”, disse ele. 

Executivos da Tokio Marine em evento na capital paulista (Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

 

A Tokio Marine tem 72 sucursais no Brasil e cerca de 30 mil corretores de seguros cadastrados no seu portfólio. O treinamento dos agentes de mercado tem sido reforçado para e o número de profissionais especialistas na área agrícola vem sendo ampliado.

Com a expansão da carteira rural, os executivos acreditam em reforçar a competição em algumas regiões e culturas agrícolas. Mas consideram que a maior parte do resultado virá de novos mercados, de produtores rurais que não tiveram acesso às apólices. A estratégia para o segmento objetiva a colocação da Tokio Marine entre as quatro maiores em seguro rural no país em até três anos.

A expectativa é de que essa expansão ajude a empresa a manter níveis de crescimento acima da média do mercado brasileiro de seguros. A seguradora encerrou 2018 com a captação de R$ 5,15 bilhões em prêmios (valor pago pela apólice). O lucro líquido foi de R$ 331,3 milhões, 7,9% a mais que em 2017. O mercado, no geral, cresceu 6,1% em 2018.

Subvenção

Dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), apresentados pelos executivos da empresa aos jornalistas, dão uma ideia do potencial de expansão do mercado de seguro agrícola no Brasil. De 2006 a 2018, a área total segurada foi de 1,5 milhão para 12 milhões de hectares. O número de culturas cobertas passou de 30 para 70 nesse período.

No entanto, o maior acesso ao seguro rural no Brasil ainda depende dos programas de subvenção ao prêmio, seja o adotado em nível nacional, seja em estados, como São Paulo e Paraná. Com o subsídio, o governo cobre parte desse custo, barateando a contratação da apólice pelo produtor rural.

Na safra 2017/2018, o Programa Nacional de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, administrado pelo Ministério da Agricultura, destinou R$ 370 milhões. Para o ciclo atual, o subsídio ao seguro passou para R$ 440 milhões.

Diretor de produto para o agronegócio da Tokio Marine e também presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Joaquim Neto, pontuou que, mesmo tendo aumentado, é pouco quando se compara com anos anteriores, como 2014, quando o montante chegou a R$ 700 milhões. Ele defende um subsídio ainda maior.

“Com a subvenção, mais agricultores entenderam ser interessante adquirir uma apólice de seguro. A maioria dos países que têm agricultora como pilar adota política de subsídio ao seguro. É louvável e deve ser ampliado”, disse.

Nesta quarta-feira (27/2), em audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que tentará garantir ao menos R$ 1 bilhão para o programa de seguro rural na safra 2019/2019. Segundo ela, o atendimento poderia ser ampliado de 42 mil para cerca de 150 mil produtores rurais.

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Source: Rural

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