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Alimento é um dos mais consumidos diariamente pela população. (Foto: Embrapa)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consumidores do feijão carioca, o grão mais presente no prato dos brasileiros, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, estão assustados com a disparada dos preços do produto. Qual o melhor substituto para o feijão nestes tempos de preços nas alturas? O presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, um especialista no mercado da leguminosa, não tem dúvidas: o brasileiro deve consumir outros feijões e não se limitar ao carioca, que responde por 60% da produção nacional.

Marcelo Lüders explica que a atual alta de preços do feijão se deve ao fato de os produtores de feijão carioca terem reduzido a área plantada após dois anos seguidos de prejuízos por causa do excesso de oferta. Segundo ele, no começo deste mês o preço do carioca atingiu R$ 400 a saca de 60 kg, para retirar na roça, e nesta semana recuou para R$ 360, ainda assim continua o triplo dos R$ 120 registrados em fevereiro do ano passado.

Além da redução de área, outro fator que contribuiu para impulsionar o preço do feijão carioca foi a estiagem que entre novembro e janeiro atingiu as lavouras nas regiões produtoras do Sul e do Sudeste, provocando queda da produtividade. O feijão que está chegando no mercado agora é o mais tardio, que foi menos castigado pela falta de chuvas.

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) (Foto: Tabela área plantada)

 

Por ser o mais consumido, o feijão carioca baliza o preço dos demais feijões, como o preto, que está cotado na faixa de R$ 240/saca, acima dos R$ 250 de fevereiro do ano passado. A produção de feijão preto responde por 15% do total da safra nacional e o consumo é maior no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Um fator limitante da alta de preços do feijão preto no mercado nacional é a importação cereal argentino, que oscila entra 70 mil a 90 mil toneladas por ano. A Argentina também exporta para o Brasil o feijão branco, cotado a R$ 300/saca.

Placa em mercado de São Bernardo do Campo explica o preço alto. (Foto: Facebook )

 

Na opinião de Marcelo Lüders, que atua na comercialização de feijão, tanto no mercado interno como na importação e exportação, a forte volatilidade do mercado de feijão poderia ser atenuada se os agricultores não seguissem o “efeito manada” e evitassem ampliar o plantio do carioca e se os consumidores aproveitassem a alta de preços para “ampliar seus horizontes, testando novas receitas e outros tipos de feijões, que além dos novos sabores, dependendo da espécie pode ter mais ferro ou mais zinco”.

Lüders chama a atenção para o feijão fradinho (caupi), o mais consumido no Nordeste, é também o mais exportado. As vendas externas de feijão saltaram de 20 mil toneladas em 2010 para 162 mil toneladas no ano passado. Ele lembra que há nove anos o Brasil exportava apenas dois tipos de feijão fradinho: guariba e Tumucumaque. No ano passado foram oito tipos de feijão (incluindo novas variedades do caupi, o mungo, azuki, rajado e vermelho) e grão de bico. A exportação do excesso de oferta pode ser o caminho para a estabilidade de preços do feijão, mas para isso será preciso diversificar a produção, pois quem mais gosta do carioca é o brasileiro.
Source: Rural

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