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Em Minas Gerais, maior bacia leite do Brasil, o concentrado para alimentação das vacas registrou valorização de quase 20%, a maior dentre os estados acompanhados (Foto: Marcelo Curia/Editora Globo)

 

Os dados levantados por meio do projeto Campo Futuro, uma parceria do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) com a Confederação da Agricultura e Pecuária e do Brasil (CNA), constatou que a pecuária leiteira foi favorecida pela recuperação dos preços no campo, o que permitiu alívio ao caixa das fazendas.

Segundo os pesquisadores do Cepea, a atividade teve margens competitivas, principalmente em regiões que têm sistemas produtivos mais eficientes, mesmo com a valorização de importantes itens nos custos, como o concentrado, os adubos e a suplementação mineral.

Os cálculos do Cepea mostram que o custo operacional efetivo, o COE, que considera os desembolsos correntes das propriedades leiteiras, teve alta acumulada de 7,55% em 2018 na “média Brasil” (que considera os estados BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP).

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Já o custo operacional total, o COT, referente aos desembolsos anuais dos produtores, acrescidos dos gastos médios com a depreciação do inventário da propriedade e o pró-labore, subiu 6,7%.

O Cepea lembra que essas variações nos custos ficaram muito próximas à verificada para a inflação no País, pois em 2018 o IGP-DI acumulou variação positiva de 7,1%. O concentrado, componente que chega a representar até 35% dos custos mensais das propriedades leiteiras, teve valorização acumulada de 13,69% na “média Brasil” em 2018, dizem os pesquisadores.

Em Minas Gerais, maior bacia leite do Brasil, o concentrado registrou valorização de quase 20%, a maior dentre os estados acompanhados, segundo o Cepea lembrando que os preços dos adubos e do suplemento mineral também subiram em 2018. “Vale lembrar que esses itens têm forte influência do dólar na formação dos seus preços e, no segundo semestre do ano passado, a moeda norte-americana chegou a operar acima dos R$ 4,00.”

Os estudos do Cepea mostram que na “média Brasil”, os adubos e corretivos acumularam alta de 25,75% no ano e o suplemento mineral, de 6%. Pelo lado da receita, o preço do leite pago ao produtor acumulou alta de 23,37% em 2018, conforme a “média Brasil” do Cepea. “Esse aumento no campo esteve atrelado à oferta mais restrita e o consequente aumento na competição pela matéria-prima.”

Os pesquisadores lembram que a restrição da oferta no campo teve influência dos preços baixos na safra de 2017, que desestimularam os produtores – alguns abandonaram a atividade – de quase todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. “Anos de margem positiva na atividade leiteira, assim como em qualquer outra atividade econômica, podem ser oportunidades para o aumento no investimento em produtividade e eficiência dos sistemas.”

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Source: Rural

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