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Local de beneficiamento de hortaliças em uma propriedade rural, em Brumadinho. Governo mineiro está fazendo levantamento das perda na agropecuária da região prejudicada pelo rompimentro da barragem da Vale (Foto: Lalo de Almeida/Ed.Globo)

 

O governo de Minas Gerais espera divulgar ainda nesta semana os dados de um levantamento preliminar dos prejuízos sofridos pelos produtores rurais de Brumadinho por causa do rompimento da barragem da Mina do Feijão, de propriedade da Vale. A informação é das assessorias da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG).

O levantamento das informações vem sendo feito desde o dia 28 de janeiro, três dias depois do derramamento de lama no município da região metropolitana de Belo Horizonte, e está em fase de conclusão. Pela assessoria, a Seapa informou que, neste primeiro momento, os dados são baseados nos relatos dos próprios produtores sobre os prejuízos na atividade e nas estruturas de suas propriedades rurais.

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O trabalho inclui técnicos do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Abrange Brumadinho e outros 19 municípios que podem ser afetados por conta do despejo de rejeitos d emineração no rio Paraopeba: Betim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Igarapé, Inhaúma, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompeu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha.

De acordo comunicado do governo de Minas Gerais, divulgado no início do levantamento, a Emater e o IMA ficaram responsáveis pelo cruzamento de dados sobre as atividades agropecuárias realizadas na área afetada. À Emater, também ficou a missão de apurar a situação dos financiamentos de produtores atingidos junto às instituições financeiras.

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Estimativa inicial da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg) indica que o número de produtores prejudicados pode chegar a 400 na região afetada pela lama da barragem. A entidade ofereceu apoio técnico e jurídico aos agricultores para dimensionar os prejuízos provocados pelo desastre.

Em Brumadinho, local da barragem da Vale, uma das áreas mais atingidas é o Parque da Cachoeira. No bairro, pelo menos 20 agricultores familiares estão sem ter como produzir hortaliças, seja porque a lama atingiu as áreas de plantio, seja pela impossibilidade de captar água para irrigar as lavouras. Estimativa, também preliminar, do Ministério da Agricultura, aponta que, só no município, 180 propriedades tenham sido atingidas.

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A orientação do governo estadual para os produtores rurais tem sido a de não utilizar a água captada diretamente do Rio Paraopeba na alimentação ou na atividade agropecuária. O manancial atingido pelos rejeitos da barragem pode conter substâncias prejudiciais à saúde humana e animal. Foi determinado que a Vale forneça água às comunidades afetadas.

Membrana

Nesta terça-feira (5/2), a mineradora Vale informou ter colocado em operação a terceira membrana para contenção dos rejeitos no Rio Paraopeba. Em nota, a empresa infrmou que a intenção é proteger o sistema de captação de água no município e Pará de Minas, conforme plano apresentado ao Ministério Público e órgãos ambientais.

Ainda segundo a Vale, a barreira tem 50 metros de comprimento e dois a três metros de profundidade. Funciona como um "tecido filtrante", que evita a dispersão de partículas sólidas, como argila e matéria orgânica.

"Em 46 pontos ao longo do rio Paraopeba até a foz do rio São Francisco, a Vale continua também fazendo o monitoramento da água e de sedimentos, com coletas diárias que são enviadas para análise química. A cada hora é realizada ainda análise de turbidez, em outros quatro pontos. O rejeito que vazou da barragem 1 está concentrado no córrego Feijão e Carvão e na sua confluência com o Paraopeba", diz o comunicado da mineradora.

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Source: Rural

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