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Período com temperaturas altas e pouca chuva coincidiu com a fase mais suscetível do desenvolvimento da soja (Foto: Emiliano Capozoli/Ed. Globo)

Já faz um mês que a soja paranaense sofre com pouca chuva e muito calor. O Estados é o segundo maior produtor do grão no Brasil e segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, já é possível dizer que a combinação prejudicou o desenvolvimento da cultura, que começou a ser plantada no Paraná no dia 11 de setembro. “Já não teremos uma safra, digamos, perfeita. Nem recorde”, diz o chefe do Deral, Marcelo Garrido.

O Estado do Sul vem registrando altíssimas temperaturas nos últimos dias. Em Antonina, município litorâneo, a sensação térmica beirou os 70º Celsius, segundo a meteorologia 

Garrido explica que este ano o produtor paranaense conseguiu aproveitar bem o início do plantio, momento em que o clima e a umidade estavam favoráveis. “Mas esse período de seca, que já vem há 25 dias, coincidiu com a fase mais vulnerável do ciclo de desenvolvimento”, diz. “Então a condição do clima prejudicou mais essa soja plantada antecipadamente, porque combinou com o período suscetível”.

Algumas regiões, afirma Marcelo, já mostram um potencial produtivo menor. “Ainda é cedo para confirmar, porque só teremos os números definitivos quando a colheita começar de fato, no meio de janeiro. Mas essa situação de seca e calor já começa a ter reflexo no potencial produtivo”.

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A primeira expectativa do Deral para a produção de soja no Estado, divulgada no final de novembro, foi de 19,6 milhões de toneladas. Com o impacto do clima, o departamento revisou para 19,1. Marcelo pondera, entretanto, que essa estimativa segue dentro do intervalo proposto inicialmente. Os 19,6 milhões, explica, eram a média do intervalo de produção estimada, que foi calculada entre 18,6 e 20,6 toneladas. “Então, apesar da queda, a estimativa ainda está dentro do intervalo que estimamos”.

Oeste afetado

O Deral calcula que o oeste do Estado foi a região mais afetada pela combinação do clima quente e seco atuando na fase vulnerável do ciclo da soja. Lá, a maioria dos produtores semeou antecipadamente, logo no início da janela de plantio. Parte das propriedades do noroeste também relatou problemas.

“Essa situação demanda cuidado e atenção, mas, por outro lado, não há muito o que o produtor possa fazer. Tem que torcer para a chuva retornar”, diz Marcelo. “Porque até chove, não chega a ser uma seca absoluta. Mas são pancadas. Isoladas ou concentradas em uma região específica”.

Segundo as previsões meteorológicas, a preocupação dos produtores deve diminuir nos próximos dias. A tendência é que a chuva retorne com mais intensidade ao Paraná até o final de dezembro. 

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Source: Rural

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