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Existe uma farta oferta de bambus espalhada por todo o país, com 258 espécies classificadas em 35 gêneros (Foto: Thinkstock)

 

Pesquisa realizada pela unidade acreana da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificou o bambu como um recurso natural de grande potencial econômico para ser explorado no país. Até por pequenos agricultores. Com uso para diferentes finalidades, a planta leve e flexível tem aqui um clima propício para o cultivo em todas as regiões, inclusive é alternativa para recuperação de áreas degradadas.

Com o bambu pode-se fabricar móveis e utensílios, realizar projetos de arquitetura, confeccionar painéis e produzir fitocosméticos, celulose e papel e biomassa para geração de energia para o setor industrial, como vêm usando algumas cervejarias e cerâmicas. Além disso, os brotos da planta são comestíveis e apreciados no preparo de receitas culinárias.

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Técnicas adequadas de colheita permitem ao bambu rebrotar com facilidade e produzir por um longo período. Sem necessidade de replantio, a capacidade de produção da planta chega a mais de 30 anos com lançamentos anuais de novos brotos. Perene e de fácil regeneração, também tem desenvolvimento rápido, sendo que há espécies que crescem até 20 centímetros por dia.

Existe uma farta oferta de bambus espalhada por todo o país, com 258 espécies classificadas em 35 gêneros, o equivalente a 20% do volume mundial. A maior reserva natural está localizada no sudoeste da Amazônia Legal, com 180 mil quilômetros quadrados, entre a Cordilheira dos Andes, nos territórios peruano e boliviano, o Estado do Acre e parte do Amazonas.

Nativas, ou exóticas já estabelecidas aqui, as espécies apresentam elevada produtividade. Devido à rica diversidade, porém, é preciso se informar bem antes de escolher as mudas para iniciar o plantio, pois há tanto plantas entouceirantes, com raio de crescimento definido, quanto alastrantes, formadoras de florestas.

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Pela possibilidade de se transformarem em invasoras, a cana-da-índia, ou bambu-
mirim (Phyllostachys aurea), por exemplo, deve ter o cultivo planejado e manejado com cuidado, a fim de evitar que avancem para outras áreas. Também há bambus mais adaptados a um tipo de clima, como os do gênero Phyllostachys, que vão bem onde prevalece o frio, enquanto os dos gêneros Dendrocalamus e Bambusa gostam de regiões tropicais.

Um profissional da área é recomendado para auxiliar na implantação do projeto, inclusive, pode orientar sobre o consórcio nos primeiros anos de plantio com outras culturas, como café, banana e hortaliças. Dada a grande variedade de bambus, o preço da muda oscila bastante em todo o território brasileiro, indo de R$ 5 até R$ 50. 

Bambu (Foto: Thinkstock)

 

INÍCIO Como as espécies de bambu são muitas, diferentes e adequadas para cada plantio, de acordo com o local de cultivo, é muito importante o contato com produtores da região. Desde que sejam idôneos, muitos deles também podem ser fornecedores de mudas para começar a plantação.

PROPAGAÇÃO Vegetativa é o método mais indicado para a produção de mudas de bambu. Realizado o enraizamento de segmentos de colmos com nós ou de ramos secundários, é possível multiplicar a planta pelo desmembramento dos perfilhos, que são emitidos de cada muda original. Para a produção em larga escala, recomenda-se utilizar a propagação in vitro ou a micropopagação, embora seja uma técnica ainda não disponível para a maioria das espécies, principalmente as nativas. As diversas espécies de bambus lenhosos raramente produzem sementes, as quais, quando ocorrem, são de baixa viabilidade germinativa.

AMBIENTE Existem espécies de bambus adaptadas a diferentes climas, podendo se desenvolver em zonas tropicais, subtropicais e temperadas. Assim, deve-se escolher as que possuem características com melhor desenvolvimento em relação às condições climáticas da região de cultivo.

PLANTIO De maneira geral, os bambus podem crescer em variados tipos de solos, embora atinjam maior produtividade nos que apresentam qualidade superior. O desenvolvimento da planta é mais acelerado, sobretudo, em solos apropriados aos cultivos agrícolas, devendo ser evitadas áreas alagadas ou mal drenadas.

ESPAÇAMENTO É difícil de ser definido dada a existência de grande quantidade de bambus com características próprias. Para espécies destinadas para produção de colmos para construção civil, contudo, indica-se um distanciamento de 8 x 8 metros entre mudas. Para obtenção de brotos, recomenda-se 5 x 5 metros. Em caso de plantios em larga escala, contrate um técnico especializado para orientar o estabelecimento da lavoura. O cálculo do tamanho das covas também deve ser de acordo com cada plantação, apesar de 0,5 x 0,5 x 0,4 metro ser o padrão utilizado.

ADUBAÇÃO Química ou natural pode ser adotada, a partir da análise das deficiências dos componentes do solo. Porém, sempre complete a incorporação dos adubos com aplicação de regas, para favorecer os efeitos dos nutrientes no plantio.

CUIDADOS Para diminuir a concorrência com outras plantas incluem a limpeza dos espaços entre mudas nos primeiros três anos de plantio. A partir do quarto ano, o desenvolvimento de novas plantas é dificultado pelo sombreado das touceiras, as quais também devem ser mantidas limpas.

PRODUÇÃO Em média, os bambus tornam-se adultos entre o oitavo e o décimo ano de cultivo, embora no quinto ano de algumas variedades já é possível colher de 20% a 50% dos colmos. Cada touceira obtém de cinco a dez colmos em 12 meses, podendo atingir mais de 1.500 por hectare. Devem ser retirados anualmente quando maduros, pois a extração regular permite o surgimento de novas plantas e a longevidade da cultura, além de contribuir para o planejamento da atividade. 

Bambu (Foto: Thinkstock)

 

Foto: Thinkstock

 
Source: Rural

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