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Independentemente de quem assumir o comando do Brasil em 2019, a economia vai se recuperar. Este ao menos tem sido o mantra que a Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba, entoa desde o início do ano. Luiz Cláudio Lorenzo, diretor comercial da companhia, explica que a empresa esperou 2018 para destravar os investimentos, os quais ele prefere não revelar em todas as suas cifras. “Em 2018, mudamos o perfil, temos sinalização desde o início do ano de crescimento mais forte neste ano, apostando em maior recuperação da economia em 2019”, afirma.

A empresa guardou todas as novidades em 2017 para apresentá-las ao mercado apenas neste ano. Desde janeiro, a Bela Vista fez nada menos que 18 lançamentos de produtos, a maioria pela marca Piracanjuba e Leite Bom. “No ano de 2017, a gente foi mais prudente com os investimentos, um ano de muita dificuldade, de muita restrição no consumo”, explica o executivo, há dez anos na companhia, alçado neste ano a porta-voz para representar os proprietários, os irmãos Marcos e Cesar Helou.

A empresa, criada em 1955, em Piracanjuba (GO), registrou receita líquida no ano passado de R$ 2,9 bilhões, um aumento de 8% em relação a 2016. Esse resultado ajudou o laticínio a passar da quinta posição no ranking dos maiores produtores de leite em 2016, de acordo com a Associação dos Produtores de Leite (Leite Brasil), para a quarta posição em 2017. E a  expectativa para 2018 é crescer 25% em receita líquida, impulsionada pelos novos produtos e pela ampliação da captação de leite nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. “Vamos chegar à terceira posição”, aposta Luiz Cláudio.

Com esse investimento em ampliação, a empresa vai elevar em 15% a captação de leite em 2018. No ano passado, a Bela Vista chegou a processar 1 bilhão de litros do produto, fornecido por 7 mil fazendeiros do país.

 

Segundo Luiz Cláudio, esses criadores passam por uma rigorosa avaliação de qualidade. A companhia possui um projeto chamado Pró-Campo, de aperfeiçoamento e estímulo aos seus produtores de leite. Até o fim do ano, esse programa será levado a Governador Valadares, em Minas Gerais, onde a empresa produz, desde 2014, leite longa vida integral, desnatado, semidesnatado, creme de leite e bebidas lácteas.

Luiz Cláudio explica que essa iniciativa contribui para a melhoria da qualidade da matéria-prima por meio de treinamentos dos criadores para o melhor manejo dos animais. “É preciso recuperar a produção de leite da região de Governador Valadares. Ao longo do tempo, a produção de lácteos dessa área foi ficando um pouco mal assistida pelas indústrias que estavam lá. E entendemos que precisamos restabelecer a confiança dos produtores.”
Que o leite é a principal matéria-prima da companhia, disso não há dúvidas. Mas há sempre espaço para novidades.

Entre os lançamentos feitos pela companhia neste ano, Luiz Cláudio destaca produtos que não são lácteos, com o intuito de mostrar que a diversificação é boa para todo negócio. “Somos um dos três maiores players em leite longa vida, leite condensado, creme de leite e bebidas lácteas, e podemos ser maiores”, diz. Porém, avalia, há um novo mercado em ebulição: pela marca Viva Bem, a Bela Vista apresentou um chá-mate pronto para beber e, em parceria com a Blue Diamond Growers, empresa californiana líder na venda de amêndoas, lançou a Almond Breeze, bebida feita com base nesse fruto.

 

“A gente entende que esse é um mercado em evolução, em crescimento. É um nicho de mercado, sem dúvida. Mas vem crescendo nos últimos anos, uma bebida alternativa ao leite”, diz o diretor. “Há interesse por pessoas que são intolerantes à lactose e pelos veganos. E, claro, é uma bebida de cereais, com baixa caloria.” Ambas as bebidas são produzidas na unidade da companhia em Bela Vista de Goiás (GO).

A empresa atua também com unidades fabris em Doutor Maurício Cardoso (RS), Maravilha (SC) e Sulina (PR). Há uma fábrica em Imperatriz, no Maranhão, que está no radar da Bela Vista para ser arrendada há mais de um ano, mas problemas judiciais relativos ao antigo dono tornam esse movimento imprevisível.

Em 2019, a companhia deverá terminar a reforma na fábrica de queijo muçarela em Sulina. A unidade, que processava 50.000 litros de leite por dia, terá sua capacidade triplicada. O valor do investimento, isso o executivo goiano não revela. “O valor desse investimento, e dos investimentos totais, não informamos para não despertar os concorrentes. O sentido é que este ano voltamos a investir um pouco mais, acreditando na estabilização da economia independentemente de quem será o presidente do país.”

A companhia também passou por mudanças em sua sede. Em setembro, o escritório central mudou de Bela Vista para Goiânia. A maioria dos 300 funcionários mora na capital e precisava se deslocar todo dia 45 quilômetros entre as duas cidades. A empresa ainda tem planos futuros de se internacionalizar. “Hoje, a Bela Vista já é grande, mas podemos ser ainda maiores.”

 

 ilustração: Bárbara Malagoli

 
Source: Rural

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