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Amaranthus palmeri (Foto: Flickr/University of Delaware Carvel REC/Creative Commons)

 

Considerada uma das plantas daninhas mais ameaçadoras à agricultura atualmente, o Amaranthus palmeri está relativamente controlado no Brasil, mas a situação ainda requer monitoramento constante. A avaliação foi feita pelo pesquisador do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Anderson Cavenaghi, durante o Congresso Brasileiro de Ciência de Plantas Daninhas, realizado nesta semana no Rio de Janeiro (RJ).

“Não dá para dizer que não haverá mais problemas, porque não se sabe onde há mais plantas. Em Mato Grosso, a área total pode até ter aumentado, mas a densidade de plantas diminuiu”, afirmou, durante painel de discussão do evento.

O Amaranthus palmeri foi identificado pela primeira vez no Brasil em 2015, em algodoais nos municípios de Tapurah e Ipiranga do Norte, em Mato Grosso, por técnicos do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt). A planta é um tipo de caruru originário dos Estados Unidos e do México e agride também plantações de soja e milho.

Resistente a herbicidas, como o glifosato, pode causar perdas de produtividade de cerca de 80%, de acordo com especialistas. O que mais causa preocupação é sua alta velocidade de crescimento no campo, além da grande capacidade reprodutiva. Apenas uma planta pode gerar algo entre 600 mil e um milhão de sementes. “É uma planta bastante problemática”, resume Cavenaghi, da Univag.

Nos Estados Unidos, o Amaranthus palmeri tem sido uma das maiores preocupações dos agricultores nos últimos anos. No Brasil, apesar do alerta, a avaliação, pelo menos por enquanto, é de que a infestação das lavouras está restrita ao Estado de Mato Grosso.

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Segundo Anderson Cavenaghi, nesses três anos desde a sua confirmação em solo brasileiro, a planta daninha chegou também a Campos de Julho e Sapezal. A área delimitada nas propriedades atingidas passou de 11 mil no diagnóstico inicial para 14 mil hectares. São 14 fazendas, seis delas de apenas dois grupos econômicos.

“Possivelmente, a disseminação nessas áreas, especificamente, aconteceu pelo transporte da colheitadeira de uma área para outra”, sugeriu o pesquisador, fazendo referência a um dos principais fatores de risco de propagação.

Mesmo frisando a necessidade de alerta constante, Cavenaghi atribui o relativo sucesso na contenção do Amaranthus palmeri em Mato Grosso, em parte, à reação das autoridades. Ainda em 2015, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) divulgou uma Instrução Normativa com regras para o transporte de maquinário, envio de amostras da plantas e limpeza de áreas atingidas.

“A normativa tem funcionado. A partir do momento que a fiscalização começa, não dá para parar. Não pode descuidar. Isso é muito claro. A fiscalização e a ajuda de todos são indispensáveis”, recomenda o pesquisador.

*O repórter viajou a convite da Bayer/Monsanto

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Source: Rural

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