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Nissan Frontier do produtor Afrânio Brandão, de Londrina (PR) (Foto: Sérgio Ranalli/Ed. Globo)

 

Prática, forte e versátil. A picape é com certeza o carro preferido dos produtores rurais brasileiros. Como diz Antonio de Oliveira Sampaio, de Londrina (PR), o veículo é uma ferramenta de trabalho essencial no dia a dia no campo: “Leva ração, saco de sementes, algum produto para transferir de uma propriedade para outra”. Globo Rural ouviu os depoimentos de produtores rurais sobre os motivos que os levaram a escolher as marcas e versões que utilizam no dia a dia. Nesta reportagem, também apresentamos as fichas técnicas de todos os modelos de picapes disponíveis no mercado brasileiro. Confira a seguir:

Nissan Frontier

Em abril deste ano, Afrânio Brandão adquiriu sua quarta Nissan Frontier. Após quatro meses de uso, o agropecuarista de Londrina (PR) conta sua experiência com a picape média, que já rodou 4.000 quilômetros, e explica os motivos que o levaram a escolher a versão LE. Além de ter câmbio automático de sete marchas e tração 4×4, a vencedora do prêmio Picape do Ano 2018, concedido pela revista Autoesporte possui motor 2.3 biturbo, capaz de entregar 190 cavalos-vapor (cv) de potência e 40 kgfm (quilograma força por metro) de torque, e até o momento não apresentou problemas.

Apesar de ter formação em engenharia civil, o diretor-presidente da Sociedade Rural do Paraná se dedica atualmente a criar bovinos, além de produzir soja e milho em sua fazenda em Centenário do Sul (PR). O agropecuarista mora em Londrina, mas usa a picape para viajar toda semana para sua propriedade rural, que fica a mais de 90 quilômetros de distância da cidade, e, ocasionalmente, vai a negócios para Mato Grosso.

Aos 68 anos, Afrânio tem experiência de sobra. Utiliza picapes há mais de 20 anos. Já teve cinco Chevrolet S10 e comprou a primeira de quatro Nissan Frontier em 2010. “Na época, eu queria comprar um carro automático. Como a Chevrolet ainda não havia lançado a versão da S10, optei por trocar pela Frontier”, lembra.

Quando decidiu trocar de carro este ano, o fazendeiro cogitou pegar um SUV, mas preferiu continuar com a Frontier, por causa de suas necessidades no campo. “A caçamba da picape facilita o transporte de ração, grãos e sementes”, afirma.

Nissan Frontier do produtor Afrânio Brandão, de Londrina (PR) (Foto: Sérgio Ranalli/Ed. Globo)

 

Além do trabalho, a caçamba da Frontier ainda serve para o hobby de Afrânio, a pescaria. “Eu engato meu barco quando vou pescar e, na volta, trago peixes. Minha família costuma ir à praia, então a caçamba também serve para transportar a prancha de surfe”, conta.

Outro fator que pesou na decisão de Afrânio foi o custo-benefício do utilitário. Ao oferecer sua Nissan Frontier anterior como entrada, ele conseguiu adquirir a versão LE do veículo por pouco mais de R$ 140 mil. “Consegui fazer uma boa negociação e ainda coloquei alguns opcionais, como sensor de manobras, travas elétricas com alarme e película nos vidros”, explica. 

Para o produtor, a Nissan Frontier, que faz em média 10,2 quilômetros por litro de diesel, se destaca pelo motor silencioso, pela potência igual à de carros de passeio e pela aceleração vigorosa. “A Frontier oferece muito conforto na estrada. Além disso, consigo entrar no pasto e olhar o gado pela picape”, afirma.

Afrânio costuma trocar de carro a cada dois anos e não descarta a possibilidade de mudar de  modelo e de marca. “Tudo depende da negociação. Vou pesquisar bastante e comprar o modelo que melhor atender às minhas necessidades no futuro”, diz. 

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Ford Ranger

 

 

Elmar Konrad, produtor de Ibirubá (RS) com a sua Ford Ranger (Foto: Marcelo Curia/Ed. Globo)

 

Elmar Konrad, produtor de Ibirubá (RS), é dono de uma Ford Ranger Limited. Suas fazendas ficam em Júlio de Castilhos (RS) e Cacequi (RS), a cerca de 145 e 300 quilômetros de distância de Ibirubá, respectivamente. “O carro acaba atendendo tanto às minhas necessidades de transporte como de carregamento dos insumos agrícolas”, diz Elmar. No verão, ele planta soja e, no inverno, concentra-se em pastagem, pecuária e plantio de aveia.

Além do deslocamento até as fazendas, Elmar também visita áreas de clientes de sua empresa de planejamento agrícola e viaja semanalmente a Porto Alegre para atender compromissos como vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Com essa rotina, Elmar calcula que roda entre 7.000 e 8.000 quilômetros por mês. No total, a caminhonete comprada em maio do ano passado rodou cerca de 60.000 quilômetros. A média de consumo de combustível de diesel fica entre 10,5 e 10,8 quilômetros por litro.

Elmar explica que já teve inúmeros modelos, de diferentes marcas. “Toyota Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10, Nissan Frontier… As duas últimas foram Ranger. A última era uma 2014. Troquei pela atual quando a garantia venceu”, conta.

“Optei pela Ranger porque considerei a mais completa entre as disponíveis, com uma plataforma tecnológica melhor e mais aprimorada”, explica Elmar. Segundo ele, diversos aspectos do carro chamam a atenção pela tecnologia: controle de piloto automático, controle de colisão, sensor de ré, câmeras dianteiras e de ré.

Elmar Konrad, produtor de Ibirubá (RS) com a sua Ford Ranger (Foto: Marcelo Curia/Ed. Globo)

 

“Estou bem satisfeito, é um veículo que atende em todos os sentidos às minhas necessidades. O banco é elétrico, o ar-condicionado é excelente, o painel do GPS foi ampliado. E ainda há um dos aspectos mais importantes, que é a segurança: com seis airbags, a Ranger me dá tranquilidade para andar no trânsito.”

Elmar comprou o carro em uma concessionária em Ibirubá, um aspecto que valoriza bastante, pois, além de ser sempre bem atendido pelo pessoal, está dentro da cidade, o que é conveniente para fazer as revisões. A versão completa saiu por R$ 186 mil, com o modelo anterior entrando na negociação e uma parcela financiada com juro zero.

Em um ano e dois meses com o carro, não teve nenhum tipo de problema. Com a Ranger anterior, que teve por três anos, apenas um: uma falha no GPS. Como a garantia cobriu a troca por um novo sistema, o contratempo não causou grandes problemas para o produtor. E na hora de trocar? “Sempre fico atento com a tecnologia. Se outra marca ganhar nesse aspecto, mudo. Qualquer marca atende bem às necessidades do produtor rural. Eu não tenho restrição a nenhuma delas. Preço por preço, cada marca também não muda muito”, explica.

Mas Elmar lembra que manter a marca atual tem suas vantagens. Além de afirmar que está bem satisfeito com seu veículo, há a questão da revenda e financiamento na hora de trocar. “É aquela história: trocou de marca, perdeu dinheiro”, diz.

“O mais importante, no fim das contas, é pegar a última versão do carro. Ela vem completa e com tecnologia evoluída em relação à versão anterior”, afirma Elmar.

 

Chevrolet S10

 

Antonio de Oliveira Sampaio, produtor de Londrina (PR), com sua Chevrolet S10 (Foto: Foto: Sérgio Ranalli/Ed. Globo)

 

Antonio de Oliveira Sampaio, morador de Londrina (PR), é dono de uma Chevrolet S10 cabine dupla. Produtor de soja, milho e trigo, suas fazendas ficam nas cidades de Arapongas e Guaraci, também no Paraná. A primeira, a cerca de 36 quilômetros de Londrina e a segunda, a 79 quilômetros.

“É minha primeira de cabine dupla”, conta Antonio. “Sempre tive cabine simples porque o bagageiro e a caçamba eram maiores. Mas hoje o carro está tão desenvolvido que você faz o mesmo trabalho com a cabine dupla e ainda tem a vantagem de poder transportar pessoas. A caminhonete não é só um veículo para trabalho, acaba sendo um carro do dia a dia também.”

O carro atual, que tem pouco mais de um ano, é a quinta S10 de Antonio. “Isso já mostra que estou satisfeito, né? Ela atende bem ao meu trabalho, anda bem e firme na estrada, e eu carrego as cargas que preciso”, explica. “Para o motor que ela tem, com 206 cv, o consumo de combustível é razoável: 7,5 quilômetros por litro de etanol, no meu caso.”

Antonio ressalta que o consumo de sua S10 é melhor do que as versões antigas, quando o motor era menor. “Para você ver como a tecnologia aprimora o carro.” Esse aprimoramento, aliás, é um aspecto que chama a sua atenção. “Tenho 70 anos, imagine quantas caminhonetes já tive. Ford F-1000, modelos da Chevrolet antes da S10… E hoje o carro é mais moderno, atende melhor, é um avanço da tecnologia. Não dá nem para comparar com um modelo de 20 anos atrás.”

Antonio de Oliveira Sampaio, produtor de Londrina (PR), com sua Chevrolet S10 (Foto: Foto: Sérgio Ranalli/Ed. Globo)

 

Na hora de comprar, sua dica é acompanhar as novidades. “Quando eu vou trocar, não mantenho, necessariamente, o mesmo modelo ou marca. As caminhonetes são muito similares, então tem de procurar o melhor custo-benefício”, explica. “Claro que tem um viés de preferência. O produtor normalmente permanece fiel ao modelo que possui no momento, pois acaba se acostumando. Mas tem de analisar as novas tecnologias.”

Antonio conta que é adepto de um costume local: trocar de carro na Expo Londrina, evento anual de agropecuária que normalmente acontece em abril. Doze concessionárias participaram da exposição neste ano. “Tem muita promoção e preço de fábrica. Neste ano, foram mais de 1.000 veículos vendidos”, conta.

O produtor rodou cerca de 30.000 quilômetros com a atual S10 e nunca teve nenhum problema. “Apesar de usar diariamente, os deslocamentos que faço são entre cidades relativamente próximas”, explica. “E faço todas as revisões. Nunca fiquei parado com o carro. Não tenho do que reclamar, a S10 tem me atendido muito bem.”

Antonio ressalta a importância do veículo no dia a dia dos agricultores. “A picape é uma ferramenta de trabalho essencial para o produtor. Tem de levar ração, saco de sementes, algum produto, transferir de uma propriedade para outra… É um transporte rápido. Ninguém roda por prazer ou porque quer, e sim por necessidade.”

 

Volkswagen Amarok 

Alexandre Schenkel, produtor rural de Campo Verde (MT), com sua Volkswagen Amarok (Foto: José Medeiros/Ed.Globo)

 

Em novembro de 2015, Alexandre Schenkel comprou sua segunda Volkswagen Amarok. Depois de quase três anos e 80.000 quilômetros rodados, o engenheiro agrônomo e produtor rural de Campo Verde (MT) explica os motivos que o levaram a adquirir a versão Highline 2.0. Além de ter câmbio automático de oito marchas e tração 4×4, a picape cabine dupla é equipada com motor 2.0 biturbo, capaz de entregar 180 cv de potência e 42,8 kgfm de torque.

O presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa) também administra a fazenda de sua família, onde produz soja e milho. “A caçamba da Amarok me ajuda a dar assistência na colheita e a carregar equipamentos agrícolas”, diz.

Aos 41 anos, Alexandre, que já teve vários modelos de picapes, diz que costuma fazer revisões periódicas e prioriza sua segurança. “Em 2013, tinha um Toyota Hilux e o carro estava sendo muito visado para roubo na minha região. Por segurança, decidi trocá-lo. Queria comprar um Ford Ranger, mas fiz um test drive no Volkswagen Amarok e gostei da resposta rápida do motor para trocar de marcha, além dos faróis de LED e dos sensores disponíveis”, afirma.

Alexandre Schenkel, produtor rural de Campo Verde (MT), com sua Volkswagen Amarok (Foto: José Medeiros/Ed.Globo)

Quando foi trocar de carro em 2015, o produtor fez uma boa proposta de negociação e conseguiu adquirir a versão Highline 2.0 por R$ 150 mil, dando o modelo anterior como entrada. “Estava satisfeito com a Volkswagen Amarok. Achava o modelo mais confortável que as demais picapes que já tive, me sentia mais seguro andando com o carro e tive uma assistência técnica boa.”

Para Alexandre, a Amarok, que faz em média 9 quilômetros por litro no diesel, se destaca por ser menos visada para roubo, por ter boa estabilidade na estrada e conforto acima da média das picapes. “Viajo bastante para dar consultorias como agrônomo no Estado. A suspensão e o controle de tração da picape me dão segurança na estrada”, conta.

A única ressalva do produtor rural é a altura em relação ao piso da Amarok. “Na fazenda, o para-choque dianteiro baixo da picape foi danificado ao entrar na pastagem. Por isso, quando comprei a versão Highline 2.0, optei por adquirir rodas maiores”, diz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Source: Rural

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