Skip to main content

Super safra dos Estados Unidos e incertezas sobre o futuro da demanda chinesa podem limitar alta da soja (Foto: Fernando Martinho/Ed.Globo)

 

Os preços da soja no mercado brasileiro têm se sustentado, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta segunda-feira (13/8). Entre os dias 3 e 10 de agosto, o indicador medido pela instituição, com base no corredor de exportação de Paranaguá (PR), acumulou alta de 2,1%. Na última sexta-feira (10/8), a cotação chegou a R$ 89,15 a saca de 60 quilos.

De acordo com os pesquisadores, há diversos fatores ajudando a sustentar os preços da oleaginosa no Brasil. Um deles é a recente valorização do dólar frente ao real, que torna as exportações mais atrativas. Outro é a redução dos estoques nacionais, que ajudaram a elevar a liquidez nos terminais portuários.

Pelo menos neste momento, diz o Cepea, o interesse da China pela soja brasileira tem sido maior. No entanto, há incertezas relacionadas ao futuro da demanda do país asiático, maior comprador global do grão, relacionadas à possibilidade de redução por conta de um menor consumo local de farelo. Na avaliação dos pesquisadores, esse pode ser um dos limitantes da recente alta nas cotações do grão.

>>> Safra de soja deve alcançar recorde de 116,4 milhões de t, diz IBGE
>>> Conab prevê queda de 3,8% na produção de grãos na safra 2017/2018
>>> Sanções dos Estados Unidos afetam finanças e comércio exterior do Irã

Outro fator que pode colocar um freio na valorização do preço da soja é a perspectiva de maior safra nos Estados Unidos. No relatório de oferta e demanda referente a agosto, o Departamento de Agricultura do país (USDA) revisou sua estimativa de 117,3 milhões para 124,81 milhões de toneladas na safra 2018/2019, além de considerar a possibilidade do Brasil atingir os 120 milhões de toneladas na colheita de 2019.

Apesar do cenário de valorização do produto, os pesquisadores afirmam, com base em informações de grandes tradings do setor, que as negociações no Brasil estão praticamente travadas. O impasse relacionado ao preço mínimo do frete rodoviário segue sendo um ponto de preocupação para o setor.

“Algumas indústrias já sinalizam parar para manutenção nas próximas semanas. Apesar de este ser um período comum para esta atividade, algumas unidades estão antecipando a paralisação, devido à menor oferta, que, por sua vez, se deve à retração vendedora e à dificuldade no recebimento do grão. Grandes tradings ainda indicam que as transações nacionais estão praticamente travadas, diante da tabela de frete mínimo”, diz o Cepea, em nota.
Source: Rural

Leave a Reply