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No ano que vem, capacidade de abate da cooperativa será de 380 mil aves por dia. (Foto: Fabisno Accorsi/Ed. Globo)

 

Uma cidade de 17 mil habitantes, no oeste do Paraná, é a sede da cooperativa Copacol, que faturou no ano passado nada menos que R$ 3,5 bilhões. A cooperativa, criada em 1963 com incentivo de um padre, hoje é a 5ª maior do Paraná e a 7ª no Brasil. A expectativa é faturar R$ 3,6 bilhões em 2018. Apesar da alta de 3% em relação ao ano passado, o resultado é 40% menor que o projetado pelo planejamento estratégico, traçado em 2014. 

Valter Pitol, presidente da Copacol, explica que a crise no preço do frango, em 2016, forçou o adiamento de um investimento de R$ 350 milhões na ampliação da Central Unitá, na cidade de Ubiratã. Nesta unidade, operada em conjunto com outra cooperativa, a Coagru, são abatidas por dia 180 mil aves. Com os investimentos, a capacidade no ano que vem será de 380 mil aves. “A crise na avicultura atrasou nossos investimentos. 2016 foi uma pauleira”, lamenta Pitol. “Mas esperamos faturar R$ 4 bilhões em 2019, com a duplicação dessa produção.”

Não é por acaso que esse investimento é muito esperado. O frango corresponde a 58,8% do faturamento da cooperativa, que exportou no ano passado 171 mil toneladas do produto, para mais de 50 países. Buscando ampliar mercado, especialmente no Oriente Médio, em junho a cooperativa inaugurou um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes. Considerando a produção de óleo de soja e farelo de soja, produzidos em indústrias da própria cooperativa, a Copecol obteve no ano passado recursos de R$ 322 milhões com as exportações. “35% das nossas exportações vão para o Oriente Médio. E criamos o escritório em Dubai com funcionários da cooperativa para acompanhar melhor os clientes daquela região”, explica Pitol.

Das 360 mil toneladas de carnes produzidas em 2017, 48 mil são industrializadas e vendidas em cinco supermercados próprios espalhados pela região. Os suínos e o leite produzidos pelos cooperados também vão para a gôndola dos supermercados, beneficiados pela Frimesa, central que une cinco cooperativas. No ano passado, foram abatidos 341 mil cabeças de suínos e produzido 11 milhões de litros de leite. “A produção de leite é a atividade mais desafiadora”, afirma Vitor, referindo-se aos preços baixos obtidos pelo produtor e ao trabalho extenuante na ordenha e alimentação das vacas. A companhia ainda envia seus produtos para São Paulo, por meio de dois distribuidores.

Produtos de frango da Copacol, salsichas para hot dog e até pão de alho se espalham por refrigeradores no supermercado de Cafelândia. A expectativa é produzir neste ano 59 mil toneladas de alimentos industrializados, uma alta de 23% em relação ao ano passado. Considerando supermercados próprios e as vendas no atacado, a Copacol deve faturar nesses segmentos em 2018 R$ 246 milhões, um aumento de 13,4% em relação ao ano passado.

A cooperativa faz parte de um grupo de outras sete instaladas na região oeste do Paraná, com importante papel no desenvolvimento do Estado. Todas elas, distribuídas em 54 municípios, respondem por 35% do total abatido de aves do Paraná,maior produtor e exportador do produto no Brasil, 56% da receita geradas pela produção de suínos, 26% da produção de grãos e 48% da produção de pescado em água doce.

* O jornalista viajou a convite da Copacol
Source: Rural

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